Infocozi comemora 20 anos a olhar para o futuro com otimismo

Infocozi comemora 20 anos a olhar para o futuro com otimismo

Duas décadas depois da sua fundação, a Infocozi continua a ser uma referência no setor do mobiliário. Apesar dos desafios dos tempos atuais, é com otimismo que o fundador da empresa caldense olha para o futuro.

Há 20 anos, Cristóvão Pascoalinho lançou-se no mundo do empreendedorismo e abriu a Infocozi. Sediada nas Caldas da Rainha, a empresa chegou ao mercado com um trunfo de peso: a representação do Teowin, um software revolucionário para os setores do mobiliário e design de interiores.

“Pretendia ter um projecto próprio e a minha expectativa era fazer algo diferente”, explica o fundador da empresa. “Por isso optei por uma atividade que além de garantir a minha subsistência também me permitisse mudar a vida de alguém neste caso dos  profissionais do mobiliário”, que na altura não tinham mãos a medir, tendo em conta os tempos áureos do sector imobiliário.

“Abrir uma empresa de Tecnologias de Informação nas Caldas da Rainha não foi fácil”, afiança. Um dos grandes desafios foi recrutar colaboradores. “Ia tudo para Lisboa!”.

O isolamento a que a cidade estava votada na altura também não facilitou os tempos iniciais. “As comunicações com o resto do país quer por ferrovia quer por Auto estrada não existiam. A Internet começava ainda a dar os primeiros passos. E mesmo com todas estas dificuldades nós éramos procurados”, lembra o responsável.

Olhando para trás, Cristóvão Pascoalinho acredita que apesar de se ter lançado como homem de negócios com apenas 24 anos, a altura não podia ter sido melhor. “O mercado do mobiliário tinha muitas carências, que nós viemos colmatar”, explica o responsável pela empresa. “Comecei numa altura em que foi possível errar, aprender com os erros e voltar a tentar”, afiança.

 

A “prova de fogo”

Não fosse o facto de ter arriscado tão cedo e Cristóvão Pascoalinho muito provavelmente não teria conseguido manter a sua empresa à tona na tempestade que, uma década depois, se abateu sobre o setor do mobiliário.

Os primeiros problemas começaram a sentir-se em 2008 com um abrandamento repentino, com a crise da construção acrescentando mesmo que os anos que se seguiram foram uma verdadeira “prova de fogo. Entre 2011 e 2015 Foi uma hecatombe”, mas, com alguns ajustes e muito esforço, a Infocozi conseguiu sobreviver.

A aposta na exportação por parte das empresas que são clientes da Infocozi foi fundamental para dar a volta aos tempos mais complicados. Portugal é cada vez mais reconhecido além-fronteiras como “um país que faz muito bem e diferente, nomeadamente no setor do mobiliário personalizado”. Das fábricas portuguesas saem, hoje, móveis cujo fabrico é facilitado pelo Teowin, com destino aos principais mercados de elite: Emirados Árabes Unidos, Londres, Paris, Luanda, Suíça.

Também a Infocozi se expandiu para outros mercados. França, Luxemburgo, Suíça e Angola são países onde a empresa trabalha atualmente. Já no mercado nacional, a empresa está também a crescer e prevê abrir a curto prazo uma filial no grande Porto, onde se encontram muitos dos seus clientes.

 

Em 20 anos, tudo mudou

A realidade de hoje nada tem a ver com a de 1999, quando esta aventura começou. A tecnologia evoluiu, e com ela evoluíram também os processos de fabrico. As exigências dos consumidores são cada vez maiores. As fronteiras entre países esbateram-se e os negócios fazem-se, hoje, a milhares de quilómetros de distância das fábricas de mobiliário onde o software Teowin é utilizado.

“O mercado é hoje muito mais competitivo. Não dá para falhar. Para teres bons resultados e sobreviveres, tudo tem de ser perfeito”, explica. É que “os meus clientes fazem entregas a 2.000 km de casa, por isso não pode haver erros. O nível de execução tem de ser de excelência”.

Também nos clientes da Infocozi houve mudanças profundas. Muitas destas empresas têm um cariz familiar, estando já a ser geridas pela segunda geração, mais desperta para as inovações tecnológicas, para os desafios da automação, para os desafios de um mundo cada vez mais digital.

À faceta vanguardista que caracteriza o Teowin (que se reflete no acompanhamento dos mais recentes avanços tecnológicos, como a realidade virtual), junta-se como fator de sucesso da Infocozi o profissionalismo que sempre pautou o percurso da empresa.

“Antes, apesar da menor experiência, ganhava-se pela empatia, senti-me muito acolhido na epoca pelos clientes por ser um empreendedor tão novo e acabado de sair da universidade. Hoje conquistamos mais pela experiência e historial existindo um capital de respeito diferente. Somos consultados pela experiência, temos muito mais a dizer”, assegura Cristóvão Pascoalinho, acrescentando que “ninguém se mantem no mercado 20 anos sem ser muito profissional” e sem se rodear de excelentes colaboradores, “que foram sempre muito importantes para o sucesso da empresa”, garante.

 

Otimismo e cautela quanto ao futuro

Cristóvão Pascoalinho acredita que os tempos mais negros já passaram. “Existe hoje uma dinâmica muito impulsionada pela exportação e também pelo consumo interno, que já está a aumentar”, o que leva o responsável a olhar para o futuro com otimismo.

Mas o bom momento que se vive atualmente não impede que Cristóvão Pascoalinho seja cauteloso. “Não sabemos quanto vai durar este bom momento e a nível europeu começa a haver muitas convulsões”, alerta. Ainda assim, diz acreditar “que o que quer que venha a surgir não será nem similar ao que se passou há dez anos”.

A cautela não tolda  a ambição, mas os passos têm de ser mais medidos. “Hoje sei que a ambição não pode ser desmedida. Mesmo que tenhamos pressa de chegar longe, temos de ir mais devagar. Vamos mais devagar porque temos pressa , acrescenta.

Desafiado a prever como estará a Infocozi daqui a 20 anos, Cristóvão Pascoalinho não hesita. “Se conseguirmos  replicar o que foi feito nos últimos 20, teremos motivos para festejar !”.

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